Sunday, June 18, 2006

O sangue

Levando um velho avarento
Uma pedrada num olho,
Pôs-se-lhe no mesmo instante
Tamanho como um repolho.

Certo doutor, não das dúzias,
Mas sim médico perfeito,
Dez moedas lhe pedia
Para o livrar do defeito.

«Dez moedas! ( diz o avaro )
Meu sangue não desperdiço:
Dez moedas por um olho!
O outro dou eu por isso.»


Manuel Maria Barbosa du Bocage

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